Eu não quero ter medo.

           

São quase oito da noite e eu estou aqui chorando. Na verdade eu nem sei o porquê de tal ato.

            A única coisa que sei é que eu estou vendo ali, e quase posso tocar com a ponta dos meus dedos, a tal da dita felicidade de novo. Só que me encontro em um enorme conflito interno, coração X mente. Será? Será que eu posso senti-la novamente? Depois de tudo o que eu já chorei e senti, eu sinto que a vida está fazendo outra pegadinha comigo, só para ver se ainda existem lágrimas aqui, se sou forte como digo que sou.

            Já faz algum tempo que escuto que eu preciso tocar a bola pra frente, sair, divertir-me e parar de ser tão preocupada. Porém eu sempre acabo me vendo nessa enorme roda, girando e girando em um ciclo infindável – estar bem, apaixonar-me, machucar-me e não acreditar mais em amor algum e nem em nada que me remeta a alguma felicidade. E tão logo eu também sempre sei que o ciclo recomeça. Isso é meio desesperador não acha?

            Mas, você não concorda comigo que fechar seu coração para o mundo é muito pior? Já dizia Isabela Freitas, “Coração fechado não se decepciona. Mas também não se apaixona.”. E meu leitor, eu não quero ser assim. Não quero por meia dúzia de decepções, não levantar mais a cabeça e não me apaixonar nunca mais.

Eu sei que não devo sentir medo, e por isso eu digo, que você também não deve ter. Você tem medo de se apaixonar pela primeira vez? Não tenha. Tem medo de quebrar a cara mais uma vez? Não tenha. Afinal, como você vai saber quem é o certo, se não sentir na pele quem era errado, para que enfim você possa discernir o que lhe faz bem e o que não faz?

Isso mesmo, tentando.

Portanto não tenha medo, é nessas arriscadas que as vezes você ganha o jogo, mesmo que seja apertando todos os botões do controle ou do teclado loucamente sem ter ideia do que você está fazendo, só tendo a certeza de que quer vencer.

Não há mal algum em tentar novamente, contanto que você já tenha se dado o tempo que precisa para se cuidar, do coração, da mente e da alma, mas acredito que já conversamos sobre isso antes não é mesmo? Se não, em outro texto a gente fala sobre, eu prometo.

Então vamos lá! Vamos quebrar essas barreiras, destruir paredes e muros, permitir-se sentir de novo. E quem sabe não é agora que acertamos a bola no gol?

         Eu estou indo descobrir, e você?

 Ah, e se der errado não se preocupe, ao menos terás aprendido alguma coisa, nem que seja finalmente entender que você tem que clicar no espaço pra pular os obstáculos.