Acho incrível como as ideias me vem à mente nos momentos em que eu mais estou revoltada com alguma coisa, principalmente se eu não a compreendo ou não entendo por que as pessoas agem de forma "x".
Ouvi essa frase do título há alguns anos, em
algum filme adolescente que não me recordo qual. Memória ótima. Todavia, acabei
por gravá-la em minha mente e guardei para minha vida. Ultimamente o que mais
tenho refletido é justamente sobre o medo. Sobre meus medos e anseios? Claro, também. Porém o que mais
me faz pensar é o medo alheio.
Quantas vezes você já não deixou de fazer certa
coisa por puro e simples receio? (Você agora provavelmente deu um risinho e
pensou “Muitas.”) Aquele curso que você queria, mas que todos iam dizer que era
loucura, aquela viagem dos sonhos que no final acabou não saindo porque você
temeu que se arrependesse de ter gastado aquele dinheiro, o trabalho que você
odeia, mas permanece por medo de não achar mais nenhum outro. O tom de cabelo
da moda que você sonha em arriscar, mas no final receia que fique muito feio, até
simplesmente uma pose para foto muito diferente que você deseja
desesperadamente tentar. O amor que você deixou ir, porque você deixou o medo
tomar conta de você. Por fim, qualquer coisa muito nova que aos seus olhos
parecia absurda e que você não fez, por medo de errar, de não conseguir, de se
envolver demais.
Muitas vezes na minha vida tenho vontade de
bater em alguém por conta disso – Agressiva? Imagina. E é cômico como isso era um tanto quanto hipócrita, tinha vontade de brigar com alguém temeroso de se arriscar
demais e eu mesma ainda tinha medo apenas de falar algo engasgado. “Olhe
primeiro pro seu umbigo Milena, depois você tenta ajeitar alguém.”. Mas deixa
eu te contar, tenho orgulho de dizer que foi isso mesmo que fiz. Hoje, procuro
sempre ao máximo me jogar de cabeça em coisas que eu geralmente não faria só
por medo bobo.
“Ah, o que teria acontecido se eu tivesse
dito? Ah, como seria se eu tivesse feito? Ah, e se eu não tivesse pensado melhor?”
– Não quero ter meu futuro recheado de dúvidas de como a história teria sido se
eu tivesse feito ou não aquilo. Por isso, prefiro hoje falar, fazer, jogar-me.
Apenas. Claro que, seria hipocrisia minha não dizer que muitas vezes acabo
chorando ou meio arrasada, mas são consequências, e posso encher minha boca com
convicção e dizer: “Pelo menos eu fiz/tentei.”
Um conselho? Faça. Pinte o cabelo, procure
outra coisa que lhe deixe mais realizado, viaje, feche sua loja ou saia do
trabalho mais cedo, pegue sua família, abrace-os e corra para levá-los a um
passeio, faça um curso de passista se for esse seu sonho, dance na próxima chuva no meio da rua, AME MAIS, entregue-se para que daqui a algum tempo, não tenha
tantos “E se’s?” perturbando sua mente.
"Ah Mih, mas eu ainda sim ainda tenho um certo receio" - Faz o seguinte então? Pega na mão do medo, e vai com ele mesmo.
"Ah Mih, mas eu ainda sim ainda tenho um certo receio" - Faz o seguinte então? Pega na mão do medo, e vai com ele mesmo.