Olá.
Bom, percebi que se não consigo
escrever sobre nada, posso então escrever sobre meu monstro, quem sabe ajuda?
Não sei se para outras pessoas que
escrevem isso é tão forte quanto é para mim, talvez seja porque também me é um
fantasma que está ali, a postos para me assombrar. Morro de medo de ter um
bloqueio criativo e fico arrasada quando o mesmo volta e meia vem dar o ar de
sua graça. E sim, caro leitor, isso existe, e se você escreve e agora está
pensando que isso nunca aconteceu com você, direcione suas mãos aos céus e
agradeça, eu não desejo que lhe atinja.
Mas porque eu tenho medo ou fico
arrasada? Fora os motivos óbvios de que eu fico totalmente me sentindo inútil,
já passei três anos sem conseguir produzir nada, nem um texto, uma página com
sequer um conto aleatório, sentia minhas redações insuficientes ou mesmo meras
respostas mais trabalhadas para trabalhos, nada me enchia de orgulho. Era raro –
e um motivo de grande comemoração – quando eu conseguia produzir alguma coisa
que me fizesse parar, ler e dizer: Ok, isso é realmente um fruto meu e eu
gosto.
“Nossa, que drama.” – Pra quem vê de
fora talvez seja. Mas, pessoa que está aí lendo isso, convivo com a escrita
desde os meus doze anos, e, não que seja surpresa pra muita gente, é quem eu
sou, parte de mim. E quando eu consegui vencer esse primeiro grande bloqueio,
fiquei tão contente que precisei até arrumar algum meio de externar isso,
criando portanto esta página que você está agora, o Caixa com Devaneios.
É difícil para mim saber quem está
aí acompanhando-me, quase não tenho retorno ainda, sei que tem pessoas que
estão aqui toda vez que solto um texto novo, eu posso ver nas estatísticas
daqui do blog, mas, quem está dando um voto de confiança pro meu conteúdo, deve
ter percebido que sumi.
“Ah, provavelmente foi só um fogo de
palha, eu sabia que ela não ia levar adiante isso.” – deve ter passado na
cabeça de alguém que eu bem sei. Quem dera. Todos os dias o que eu mais desejo
é produzir um texto novo, abro o Word mil vezes, e passo meia hora encarando o
teclado com uma dor dilacerante no peito, com os dedos pousados sobre as
teclas.
Procuro ainda achar respostas do porquê que
este mal as vezes me pega de jeito pelos pés. Cogitei várias coisas, mas no
fim, acabo sempre tendo que pegar na mão do bom e velho tempo e aguardar
pacientemente. Eu não desisti do blog, não desisti dos meus textos, não desisti
de um dos projetos que tem me deixado mais feliz.
Estou rindo agora porque acho que consegui escrever
algo aqui, e desejo de todo o meu coração que a tempestade tenha enfim
passado e que eu consiga voltar a produzir sem mais tropeços.
Um beijo pra quem quiser, até o próximo.